Ex-ministro do Turismo no governo de Jair Bolsonaro (PL), Gilson Machado foi preso pela Polícia Federal nesta sexta-feira (13) no Recife. A prisão está relacionada à investigação sobre sua suposta participação na tentativa de emissão de um aporte português para Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que também teve prisão decretada.
Machado, de 57 anos, é veterinário e produtor musical. Além de ter comandado o Ministério do Turismo entre dezembro de 2020 e março de 2022, presidiu a Empresa Brasileira de Turismo e atuou como secretário de Ecoturismo e Cidadania Ambiental do Ministério do Meio Ambiente.
Na disputa eleitoral de 2022, Machado concorreu ao Senado por Pernambuco e obteve 1,3 milhão de votos, terminando na segunda posição. Em 2024, candidatou-se à prefeitura do Recife pelo PL, alcançando 129 mil votos, equivalentes a 14% dos votos válidos, o que lhe garantiu o segundo lugar.
Durante sua campanha para a prefeitura, o Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco suspendeu sua propaganda eleitoral três vezes. As decisões ocorreram após denúncias feitas pela campanha do candidato sobre supostas irregularidades em creches municipais.
Machado estava com participação confirmada na programação do São João 2025 em Caruaru, no Agreste pernambucano, onde se apresentaria com a banda de forró Brucelose no dia 24 de junho.
Prisão de Gilson Machado
A Procuradoria-Geral da República solicitou a abertura de inquérito contra Machado na terça-feira (10 de junho). Investigadores encontraram no celular de Cid arquivos que indicam tentativas de obtenção da cidadania portuguesa em janeiro de 2023.
A PGR afirma que há indícios de que o ex-ministro teria articulado a emissão do documento para possibilitar a saída de Cid do Brasil. O caso se conecta a investigações mais amplas que já resultaram no indiciamento de Cid e Bolsonaro, que respondem como réus em processo relacionado a tentativa de golpe.
Até o momento, não foram divulgados detalhes sobre os próximos os da investigação ou sobre possíveis desdobramentos judiciais. A defesa de Gilson Machado ainda não se manifestou sobre as acusações.