Emanuel Radnitzky (1890-1976) já atendia pelo nome de Man Ray quando conheceu Marcel Duchamp, em 1915. Juntos, eles fundaram o dadaísmo, movimento que revolucionou o conceito de arte ao redor do mundo.

“Pinto o que não pode ser fotografado, algo surgido da imaginação, ou um sonho, ou um impulso do subconsciente. Fotografo as coisas que não quero pintar, coisas que já existem”, declarou Ray em sua autobiografia, de 1963.

Mas quem comparecer à exposição “Man Ray em Paris” vai perceber que “as coisas que já existem” ganham contornos oníricos através da lente do artista, que, mais tarde, tornou-se expoente do surrealismo.

Em cartaz na capital mineira desde dezembro, a mostra chega ao fim nesta segunda (17). Até agora, mais de 165 mil pessoas foram assistir aos 255 trabalhos expostos  de Ray, com fotografias, filmes e objetos raros. A curadoria é de Emmanuelle de l’Ecotais, especialista na obra do norte-americano.

O nome da exposição é justificado pelo fato de ter sido em Paris que Ray tomou contato com a vanguarda artística da época, onde ele transformou o seu ateliê em um ponto de encontro da nata da intelectualidade da década de 20.

A mostra é dividida em duas categorias. A primeira trata da fotografia como um instrumento de reprodução da realidade, focando em seus famosos retratos, nos ensaios para a grife de Paul Poiret e em fotos para reportagens.

Já a segunda, revela outro lado: o da manipulação da fotografia em laboratório com o intuito de criar superposições, solarizações e “rayografias”, um termo criado por Ray (do inglês “rayographs”), em alusão a si mesmo. Assim, portanto, ele inventa a própria fotografia surrealista.

Serviço

Exposição “Man Ray em Paris”, até esta segunda (17), das 10h às 22h; visitas medidas até 18h, no CCBB (Praça da Liberdade, 450, Funcionários). Gratuito.